sábado, 23 de abril de 2011

Para que o "tudo" possa entrar em nós, é preciso sermos "nada".
Muitas vezes para nos sentirmos plenos, precisamos nos privar de nós mesmos, para abrir espaços à novos horizontes.
Quando esquivamo-nos disso, talvez possamos transmutar-nos em cegos, e a convicção de apenas uma direção, pode ser perigosa.
Por vezes faz-se necessário dar mãos às dúvidas... Assim pode-se viver, aprender, crescer... Viver estático é uma síndrome do "tanto-faz", e quando qualquer direção serve, há ausência de objetividade, na verdade, nas entrelinhas, há carência de reciprocidade...
Ressaltando que: Para mudar de direção, ou também quando se opta pela renúncia de algo, não devemos, tampouco podemos, desvencilharmos de nossa essência... Isso é equívoco...
De certo modo a liberdade ofende. Não falo de libertinagem, falo de liberdade mesmo.
Aquela, que nos permitimos.
A qual pensamos por nós mesmos.
A liberdade de pensar e agir, sem qualquer tipo de manipulação.
Diante de um mundo estereotipado, e invólucro à modismos, quem "permite-se", é considerado desregrado, insano e intransigente. Isso é triste, pois temos que aprender com o humanismo intrínseco... No entanto, confundem com abstratismo, pois via de regra, compreender os humanos exige cautela, e o que geralmente prevalece é o comportamento exacerbado e robotizado.
Eu gosto das incertezas e das dúvidas, porque gosto de refletir, inquirir, aprender...
Quanto mais eu me vejo colocada à prova, mais eu sinto que cresço e esgueiro-me do torpor.
Não quero que leiam as entrelinhas, tampouco me compreendam. Apenas a minha consciência me basta!
Me incomoda ver o modo como a arte é tratada por muitas pessoas: frívola e dispensável.
... Poemas, pinturas, quadros, dança, teatro, música...

Eu queria que essas pessoas desconexas descobrissem o valor que está intrínseco em fazer arte. Apenas alguns tem o dom de fazê-la e alguns outros o dom de admirá-la.
Sensibilidade não é para todos, e o mundo tem sede de expressões verdadeiras!
A cada dia que passa, percebo o quanto não sou nada sem escrever, ou se passar um dia que seja sem ler um bom livro...
Se isso for alguma doença, o meu estado é terminal, ou se for algum vício eu sou uma dependente totalmente incurável.
E por mais que me achem hermética, eu assumo que não me conheço no todo de ser...
... E é isso que talvez me prive de sucumbir.
A dúvida me faz inquirir, e esquivar-me do torpor e comodidade da certeza plena do meu âmago e também dos sentidos não-decodificados...
Vou tomar chá de sumiço hoje... Quero desencontrar de mim mesma...
Hoje acordei com vontade de enfrentar monstros...
É preciso resgatar a coragem de assumir as dores, os medos, e acreditar que tudo tem um propósito, embora isto possa ser para longo prazo.
Nem tudo é compreendido, e também não devemos parar pelo caminho em busca de todas explicações. Atrasa a vida, perde-se tempo.
Vivamos o hoje prudentemente, e o amanhã se mostrará. Ele chegará da maneira com que você cultivou o tempo, os pensamentos e os atos. É só fazer a nossa parte em VIVER, acima de tudo.
Acima das tribulações, acima das perdas, acima dos medos, acima da indiferença.
Viver é saber driblar as coisas ruins, é passar por elas sim, mas não deixar com que elas entrem na nossa vida e façam nos prender aos "monstros".
Não tem como separar os "sensíveis" da ciência, tudo é correlacionado.
Já dizia Shakespeare: "Nós somos feitos do mesmo material dos sonhos."
O homem sempre será objeto de estudo da ciência, por seu instinto, seus sentimentos e pensamentos.
O fato é que ambos às vezes se afiguram de métodos impudicos e ousados para fazer-se valer a verdade a qual acreditam.
É impactante o absurdo, o hermético quando não se tem acesso às informações...
Sempre haverá embates e conjecturas...

Pelo menos alguns ainda tomam a iniciativa de inquirir e desprover-se da estaticidade..
E quando chega a tristeza o que a gente faz?
Escreve pra não chorar...